Precisamos alcançar zero emissões líquidas

Todo setor está trabalhando para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, com muitas empresas se comprometendo com a meta Business Ambition for 1,5˚C, alinhada ao Acordo de Paris, que visa zerar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em uma cadeia de valor até 2050.

Conversamos com Tuuli Kaskinen, CEO na Climate Leadership Coalition (CLC), sobre a importância dos fabricantes alcançarem zero emissões líquidas e as oportunidades geradas pela transição verde. Sendo a maior rede de negócios climáticos sem fins lucrativos na Europa, a CLC acredita que a transição para um mundo sustentável pode ser economicamente benéfica, viável e financiável.

O que significa alcançar zero emissões líquidas

Zero emissões líquidas significa restaurar o equilíbrio entre o total de GEEs emitidos por uma empresa e a quantidade que ela retira da atmosfera, alcançando um impacto climático líquido igual a zero.

Para as empresas, a jornada para as zero emissões líquidas começa com um plano detalhado para reduzir as emissões ao máximo possível, não apenas em suas operações, mas por toda a sua cadeia de valor, incluindo as emissões de escopo 1, 2 e 3. Normalmente, a transição para zero emissões líquidas envolve uma combinação de mudanças operacionais e o investimento em projetos para remover ou prevenir GEEs.

“As corporações desempenham um papel fundamental neste processo, trabalhando junto aos responsáveis pela tomada de decisões para avançar no nível global”.

Tuuli Kaskinen explica, “Alcançar zero emissões líquidas é apenas o início. Com o tempo, teremos que ir além da redução de emissões para a remoção de mais carbono da atmosfera do que emitimos. As corporações desempenham um papel fundamental neste processo, trabalhando junto aos responsáveis pela tomada de decisões no nível global para avançar, enfrentar desafios climáticos e escalar as soluções mundialmente.”

Benefícios econômicos em zerar as emissões líquidas

Para alcançar a meta de 1,5˚C, as indústrias devem crescer ao mesmo tempo que cortam as emissões, tornando essencial que os fabricantes se aproximem de zero emissões líquidas com uma mentalidade empresarial.

A economia verde ultrapassou o mercado mais amplo na última década e, com investimentos globais alinhados ao clima previstos de $100 trilhões a $150 trilhões até 2050, os fabricantes contam com uma grande oportunidade.

Responsáveis por um quinto das emissões de carbono globais, os fabricantes se posicionam exclusivamente em conduzir uma mudança positiva e explorar novas oportunidades de negócios verdes.

Para maximizar os benefícios econômicos da transição para zero emissões líquidas:

• Entenda o seu mercado: Onde estão as oportunidades e quem está mais disposto a pagar por suas soluções?
• Esteja à frente dos avanços tecnológicos: Esteja preparado para integrar tecnologias, como o aço verde, em seus processos, já que sua disponibilidade está aumentando.
• Concentre-se em áreas de alto impacto: Priorize esforços que irão gerar maiores reduções de emissões e escalar suas iniciativas a partir desse ponto

Kaskinen observa, “As grandes empresas têm a responsabilidade de apoiar a mudança em suas cadeias de valor,garantindo que as opções sustentáveis ofertadas não sejam apenas para o meio ambiente, mas também viáveis para seus clientes e escaláveis no nível global.”

“As grandes empresas têm a responsabilidade de apoiar a mudança em suas cadeias de valor”

Alcançar zero emissões líquidas também pode melhorar a reputação de sua empresa, contribuindo para gerar confiança com as partes interessadas e atender à crescente demanda por parte dos consumidores, investidores e órgãos reguladores.

Colaboração e avanços técnicos

As empresas não conseguem alcançar zero emissões líquidas sozinhas. “Transição para zero emissões líquidas significa criar um sistema em que o mercado, consumidores, empresas e responsáveis pela tomada de decisões trabalhem todos juntos para fazer escolhas sustentáveis”, afirma.

Por exemplo, as empresas nórdicas podem apoiar parceiros globais na redução de suas emissões, oferecendo maquinários e tecnologia que outras empresas usam.

“Estamos percebendo a emergência de novos tipos de colaboração na cadeia de valor, não apenas para descarbonizar processos existentes, mas para criar relações totalmente novas que possam se desenvolver na transição verde”, ela considera